sábado, 31 de outubro de 2009

Eu era um robô alienígena adolescente perdido no espaço sideral.

Não havia nascido e tampouco iria morrer, eu só existia. Qualquer semelhança com Deus é mera coincidência, nem sabia que existia um Deus e ainda hoje continuo sem saber. Só que eu era um robô, sim isso mesmo um robô. Desprovido de qualquer sentimento, não amava porque não tinha a quem ou o que amar, sem saudades por não ter vivido nada que me levasse a recordar com certo saudosismo. Nada de esperança, pois não tinha perspectiva alguma, não tinha planos por não ter onde fundamentá-los e não sentia necessidade de ter planos. Também era um alienígena, já que era um estranho naquele lugar, não me encaixava em nada. E, sobretudo um adolescente cheio de incertezas e duvidas e com raiva de tudo que existia. Sem nem saber por que sentia raiva de fato, sentia um desconforto emocional uma vontade louca de saber quem eu era e de onde tinha vindo e pra onde iria. Sentia-me perdido embora nunca tenha me encontrado. Perdido no espaço sideral olhava até onde meus olhos alcançavam e tudo que eu via era um enorme vazio, então fechava os olhos e olhava dentro de mim. A visão que tinha de meu interior não era diferente da visão externa, eu por dentro era outro grande espaço vazio. Um monte de coisa sem sentido algum. E quanto tudo era incerto e sem perspectiva eu nasci nesse mundo que chamamos de planeta terra e, que tem mais água do que terra e, vejam só iremos ser extintos por falta de água, isso segundo a ciência, segundo a religião terminaremos em fogo e conseqüentemente sem água.
Hoje eu sei como fui gerado, tenho sentimentos por ter quem amar, tenho saudades de minha infância e sei que vou morrer. Tenho umas duzentas explicações de onde vim e, pra que estou aqui e, pra onde irei. O engraçado é que nenhuma me convence por muito tempo.

Eu ainda me sinto um robô (emotivo) alienígena perdido no espaço sideral.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Arranca-me o Coração

Flor da Pele
Zeca Baleiro

Composição: Zeca Baleiro


Ando tão à flor da pele
Qualquer beijo de novela me faz chorar
Ando tão à flor da pele
Que teu olhar "flor na janela"Me faz morrer
Ando tão à flor da pele
Meu desejo se confunde com a vontade de não ser
Ando tão à flor da pele
Que a minha pele tem o fogo do juízo final
Barco sem porto sem rumo, sem vela
Cavalo sem sela,bicho solto um cão sem dono
Um menino, um bandido
Às vezes me preservo noutras, suicido!
Ando tão à flor da pele
Qualquer beijo de novela me faz chorar
Ando tão à flor da pele
Que teu olhar "flor na janela" me faz morrer
Ando tão à flor da pele
Meu desejo se confunde com a vontade de nem ser
Ando tão à flor da pele
Que a minha pele tem o fogoDo juízo final
Barco sem porto sem rumo, sem vela
Cavalo sem sela,bicho solto um cão sem dono
Um menino, um bandido
Às vezes me preservo noutras, suicido!
Oh, sim!Eu estou tão cansado
Mas não prá dizer
Que não acredito mais em você
Eu não preciso de muito dinheiro
Graças a Deus!
Mas vou tomarAquele velho navio
Aquele velho navio!
Barco sem porto sem rumo, sem vela
Cavalo sem sela,bicho solto um cão sem dono
Um menino, um bandido
Às vezes me preservo noutras, suicído!

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Dom Jamerson

E veio disfarçado de providência divina, era tão doce quanto à luz do luar em noite de céu sem nuvens. Eu que outrora jurava estar preparada pra todo tipo de escroque de sentimentos alheios, me perdi nesse devaneio. Nada me deteve, e eu não me contive. Como se você pudesse se conter diante dos fatos.

sábado, 10 de outubro de 2009

Já não me convém...

Sabe, hoje é um daqueles dias, aqueles que todos já tiveram ao menos uma vez na vida, e se não tiveram com certeza vão ter. O dia em que você cai na real e percebe que não esta fazendo nada da sua vida além de deixá-la fazer o que quer de você. Hoje resolvi mudar, mudar a forma de escrever, mudar a forma de agir, vou mudar tudo, só não irei mudar a forma de pensar, porque eu sempre penso do mesmo jeito desde criança. Acontece que eu pensava uma coisa e fazia outra totalmente diferente. Antes que vocês pensem que sou uma retardada por pensar da mesma forma desde criança, lhes informo que fui uma criança precoce, mais isso é assunto pra outro dia.
Decidir minha vida, hoje isso se faz necessário. É como se algum vampiro invisível estivesse me sugando à vida, me impedindo de viver plenamente bem. Às vezes acho que eu estou a me sabotar. Planos e desejos ficam passando pelos meus pensamentos e não me apego a nenhum. Nada me satisfaz nada me completa sempre falta um não sei o que, de não sei onde. Já não me convém ser a menina indecisa, sei o que eu quero, e eu quero muitas coisas, eu só não sei o que eu quero primeiro.
Cheia de pretensões e ao mesmo tempo presa a inércia de não fazer nada. Como vou dominar o meu mundo se é ele que me domina? Ah mais isso tem de parar, vai parar, vai parar hoje.
Chega! eu já tenho lá minhas dezenove primaveras, que na verdade estão mais pra dezenove invernos ,pois tenho a impressão de ter ficado coberta todo esse tempo.Não gente, não teve flores nessas minhas primaveras.Eu não tive nem verão ,estou mais pra outono- inverno do que pra primavera- verão. As coleções de minha vida sempre foram acinzentadas, cores neutras e básicas. Uma vida em preto e branco, o que não é propriamente ruim visto que se tudo esta preto no branco esta tudo certo. Pode estar tudo certo mais não esta tudo azul.
Mas o preto é o básico e o branco nunca sai de moda, já o azul não tem essa sorte e tem muitas tonalidades.
Até hoje minha inconstância tem me sustentado, volúvel e volátil é assim que sempre fui.
Não serei mais, a partir de hoje mudarei minha estória, farei por onde ser reconhecida e admirada, não só pelo que sou mais também pelo que faço. Ações minhas é o que falta, muita teoria e pouca pratica, muitas indagações e poucas respostas, isso tudo já não me convém.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Exercendo a minha fé

Hoje fui ao banco, eu tinha me esquecido que os bancários estavam em greve, mais pelo que puder perceber aqueles pobres infelizes que ficavam ali na porta do banco pedindo esmola, também estavam em greve. Ora a greve não é tão ruim assim, posso não ter conseguindo resolver o meu problema, mas a greve me livrou de um problema maior, que é o peso na consciência, porque eu certamente não ajudaria a nenhum daqueles infelizes.
Um dia, isso faz tempo, nos meus tempos de evangélica, eu ajudava sempre a todos que podia.
Um dia resolvi exercer minha fé, e não ajudei com dinheiro e sim com uma palavra, eu disse homem levante e ande, e ele me disse: Oh Deus eu posso fazer isso eu posso levantar e andar.
Então eu toda emocionada disse: Serio?!. E ele disse: não né! É cada doida que me aparece!
Eu fiquei triste, pois queria realmente presenciar um milagre, mas o que vale é a intenção.