Batem estacas no terreno morto,
No terreno morto surge vida nova.
As goiabeiras do velho parque
E os roseirais, abandonados,
Serão cortados
E derrubados.
Um prédio novo de dez andares,
Frio e cinzento,
Terá seu corpo de cimento armado
Enraizado no velho parque
De goiabeiras
De roseirais.
Batem estacas no terreno morto.
Século vinte...
Vida de aço...
Cimento-armado!
Batem as estacas
No prédio novo, de dez andares,
Terraços tristes,
Pássaros presos,
Rosas suspensas,
Flores da Vida
Rosas de dor.
(Paulo Bonfim. In: Alda Beraldo. Trabalhando com poesia.
São Paulo: Ática, 1990. v. 2, p. 81.)
MEIO-DIA
É meio-dia
no meio do mundo
balões verdes
balões vermelhos
cirandam com os raios de sol
coloridos, dispersos
refletidos nos vitrais
das igrejas.
Será o meio do mundo
no país dos egípcios
ou na Montanha Meru
dos hindus?
Bate meio-dia
no relógio solar
da capital da China,
abre-se o portão dos deuses
na Babilônia.
É meio-dia
no meio do mundo
no friozinho da barriga
do menino da rua.
(Gata cigana. Erechim: Edelbra, 1991. p. 12.)
POIS É
Falaram tanto que desta vez
A morena foi embora.
Disseram que ela era a maioral
E eu é que não quis acreditar
Endeusaram a morena tanto tanto
Que ela resolveu me abandonar.
A maldade dessa gente é uma arte
Tanto fizeram que houve a separação.
Mulher a gente encontra em toda parte
Mas não se encontra a mulher
Que a gente tem no coração.
DO AMOROSO ESQUECIMENTO
Eu agora - que desfecho!
Já nem penso mais em ti...
Mas será que nunca deixo
De lembrar que te esqueci?
Mario Quintana - Espelho Mágico
POEMINHO DO CONTRA
Todos estes que aí estão
Atravancando o meu caminho,
Eles passarão.
Eu passarinho!
Mario Quintana
P.S: Fazem parte de mim,poemas livros e afins
Um comentário:
Secretárias, suas mentiras e seus poemas.
Temos coisas em comum ;)
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